Alicerçados no passado, trabalhar no presente, apontar o futuro
​A Quinta estabelecida no século XIX por João Maria Colaço de Magalhães Velasques Sarmento, Visconde de Condeixa, foi comprada pelos Condes da Esperança, passando a Quinta a chamar-se assim graças ao título destes proprietários. No início da década de 1940, os padres jesuítas procuravam um espaço para sediar o seu noviciado e decidiram comprar a Quinta dos Condes da Esperança, o que aconteceu a 30 de Setembro de 1942. A 10 de outubro do mesmo ano, inauguraram a Estação de Cernache, mas depois de várias análises acabaram por decidir que aqui se começasse o Seminário Apostólico e já não o Noviciado.
A primeira pedra foi benzida a 15 de Dezembro de 1954, batizando a quinta como Colégio da Imaculada Conceição por se viver, na ocasião, o centenário da definição do dogma da Imaculada Conceição. Entre 24 e 25 de Outubro de 1955, chegaram os primeiros 54 alunos e no final do ano escolar de 1958, o Colégio de Cernache passou a funcionar como Escola da região subsidiada pelo Estado. E assim se foi ampliando o Colégio: em 1969, começou a lecionar os 4.º e 5.º anos do Liceu e em 1976 passou a admitir raparigas, tornando-se uma instituição de ensino misto. Até 2017, foi aumentando os seus edifícios e modernizando as suas infraestruturas, respondendo às novidades pedagógicas de cada tempo.
Durante quase oito décadas, o CAIC recebeu milhares de alunos e alunas de forma gratuita, graças a um contrato de associação com o Estado português, que sempre reconheceu a necessidade e a excelência do ensino no Colégio. Em 2017, sem aviso prévio, o Governo extinguiu o contrato de associação que tinha com a Companhia de Jesus. Os jesuítas mantiveram o Colégio em funcionamento com fundos próprios durante mais dois anos lectivos. Mas a realidade sócio-económica das famílias e da região fizeram com que o CAIC não resistisse e acabasse por encerrar, em 2019.
Enquanto o Colégio crescia, o nome “Quinta dos Condes da Esperança” foi caindo em desuso e CAIC passou a ser uma referência na região, passando a ser esse o nome por que a quinta passou a ser conhecida até aos dias de hoje. Quando a 27 de setembro de 2023 uma nova comunidade e uma nova missão voltaram a habitar a Quinta, surgiu a questão do seu nome. Assim, alicerçada em tão grande legado e inspirada pelo ano jubilar da Esperança proclamado pelo Papa Francisco, em 2025 vemos surgir a Quinta da Esperança.
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A sua imagem traz-nos três elementos essenciais, que evocam a esperança: a cruz, sinal explícito de Cristo, em quem a Quinta encontra o sentido da sua missão; a folha verde escura, sinal da perenidade do passado sobre o qual se continua a construir a história deste espaço; a folha verde clara, novíssimo rebento que nos abre às possibilidades que o futuro traz.
Assim, a Quinta da Esperança apresenta-se alicerçada na história já construída e de olhos postos no futuro. É sob a protecção da nossa Mãe, a Imaculada Conceição, que se continua a escrever esta história que é, sobretudo, feita de pessoas e memórias.